Mensagem do Pároco – 16/12/2020

Olá queridos amigos,

Continuando a reflexão sobre os livros sapienciais, hoje falaremos sobre o livro Sabedoria.

O livro é chamado, nos antigos manuscritos, Sabedoria de Salomão donde de fez livro da Sabedoria.

Este louvor a Sabedoria decorre em três partes:

1,16-5,24 – A Sabedoria é fonte de retidão e de imortalidade. Comparações entre o justo e o ímpio; mostra que a prepotência dos maus sobre os bons na vida presente cederá à inversão das sortes. Os ímpios serão vítimas de horrível decepção ao passo que os justos reinarão com Deus na vida póstuma. O Sábio é aquele que desde a vida presente, sabe escalonar os valores de modo definitivo, não se deixando iludir por bens transitórios opostos a lei de Deus

6,1-9,19 – A origem e os predicados da sabedoria são propostos. É dom de Deus, que deve ser implorado e que é, de modo especial, útil aos reis.

10,1 – 19,20 – Retoma a primeira parte do livro. O autor estabelece uma comparação entre os ímpios (Egípcios idolatras) e os justos (Israelitas). Esta sabedoria guia coletividade do povo. Esta parte é uma releitura do Êxodo em estilo de Midraxe, isto é de modo a realçar a lição religiosa dos acontecimentos passados.

Do ponto de vista doutrinário, Sabedoria é de grande importância não só por apresentar tal imagem da Sabedoria, mas também por desvendar um pouco a sorte póstuma do homem. A concepção do Cheol (lugar subterrâneo, onde estariam, inconscientes, bons e maus depois da morte) cede a noções mais próximas do Novo Testamento e mais exatas. Com efeito; segundo o livro Sabedoria, o homem, criado por Deus com especial benevolência consta de corpo e alma. A alma não é preexistente ao corpo, existe uma harmonia entre corpo e alma.

Deus fez o homem para a imortalidade, de acordo com a sua imagem, mas foi por inveja do diabo ou tentador que a morte entrou no mundo. Acontece, porém, que as almas dos justos, depois de vida reta levada na terra, gozam de plena felicidade ou do fruto de suas labutas. Assim o problema do mal, tão tormentoso para Jó, se resolve na teologia do AT; a prosperidade dos maus e os sofrimentos dos bons já não são a última palavra de Deus; mas é após a vida terrestre que se exerce plenamente a justiça de Deus, restabelecendo a reta ordem dos valores.

 

Um grande abraço a todos, e que Deus os abençoe.

Pe. Leocádio José Zytkowsky

 

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